Desafios e Avanços da Representação Feminina em Cargos de Liderança

Globalmente, apenas 24,9% dos cargos de liderança sênior são ocupados por
mulheres. No estado de São Paulo, esse número chega a 39%. Em Ribeirão Preto, por
exemplo, apenas 34% dos cargos são ocupados por mulheres (SNG Grant Thornton).
A participação feminina nos conselhos de administração das empresas listadas na B3
atingiu 17,7% em 2023. No entanto, um estudo da Universidade da Califórnia,
realizado em 2019, mostrou que as mulheres são menos propensas a serem
promovidas do que os homens, mesmo quando apresentam o mesmo desempenho.
Além disso, um estudo da McKinsey revela que as mulheres representam quase
metade (49,7%) dos trabalhadores em posições iniciais, mas essa proporção diminui
drasticamente à medida que elas avançam na hierarquia corporativa, chegando a
apenas 25% nos cargos de alta administração.
Para a estrategista de Marca Pessoal, Miriam Contti, a resistência à capacidade das
mulheres está ligada a alguns fatores, como a dupla jornada entre família e vida
profissional, e um viés cultural que associa posições de liderança a homens. “A
percepção de que as mulheres teriam baixo desempenho em liderar equipes e
negócios, acreditando em uma fragilidade nas tomadas de decisão, contribui para a
baixa performance”, conclui Miriam.
As mulheres enfrentam dificuldades no gerenciamento de sua marca pessoal para
serem percebidas como a melhor escolha para posições de liderança, utilizando a
linguagem verbal e não verbal para gerar valor, destacar diferenciais e transmitir uma
postura de autoridade e confiança. Estudos, como o publicado na ResearchGate,
mostram que as mulheres enfrentam maior discriminação durante o processo de
contratação e promoção, frequentemente sendo vistas como menos capazes ou
menos confiáveis em comparação aos homens.
A utilização das redes sociais como ferramenta de análise comportamental no
recrutamento pode agravar as dificuldades das mulheres em alcançar cargos de
liderança, devido aos preconceitos de gênero que influenciam a percepção de
competência e confiabilidade (CORPHR) (ResearchGate).
Esses dados evidenciam que ainda há um longo caminho a percorrer. As empresas
precisam adotar práticas que incentivem a promoção de mulheres e reconheçam suas
competências. Por outro lado, o desenvolvimento da marca pessoal é uma ferramenta
poderosa para que essas mulheres se posicionem de maneira assertiva no mercado,
seja na carreira dentro de uma organização ou empreendendo.
Ainda segundo Miriam, 93% do que é absorvido na comunicação está ligado aos sinais
não verbais: gestos, vestimenta, tom de voz e postura. Em apenas 7 segundos, antes
de você dizer algo, o cérebro já faz uma leitura do seu perfil com base no histórico
cultural de percepção de valor sobre certo ou errado, seguro ou inseguro, bom ou
ruim. Essas informações ficam registradas no sistema límbico, responsável pelas nossas
emoções e formas de reagir a estímulos externos. “Antes que você diga uma palavra,
você já disse muito sobre si visualmente”, pontua a especialista.
As mulheres podem falhar nesse aspecto, principalmente em ambientes ou profissões
majoritariamente masculinas, ao não transmitir sua capacidade técnica por outros
caminhos que não apenas o verbal, ou ao colocar em dúvida sua competência por não
serem coerentes com os sinais emitidos na comunicação e no comportamento.
Portanto, além da segregação, as mulheres precisam ter mais atenção ao
gerenciamento de imagem do que os homens.
Apesar das dificuldades, o avanço na representação feminina em cargos de liderança é
visível. As mulheres representam aproximadamente 34% do total de donos de
negócios no Brasil. Esse crescimento reflete a importância de estratégias e incentivos
para o empreendedorismo feminino, assim como o uso de ferramentas de
autodesenvolvimento, como o branding pessoal, para superar barreiras e alcançar o
sucesso.
As mulheres precisam se posicionar como líderes competentes e confiantes, utilizando
suas habilidades e experiências para se destacarem em qualquer ambiente, inclusive
nos mais desafiadores. Para isso, é essencial ter clareza sobre os objetivos e valores,
ajustando a mensagem em todos os pontos para alinhar-se a essas metas de maneira
coerente. Isso inclui usar a estética como uma ferramenta estratégica de comunicação,
aprender mais sobre comunicação não verbal, ter um cuidado maior com o conteúdo
nas redes sociais e aproveitar canais de comunicação ou oportunidades internas nas
empresas para divulgar habilidades e potenciais profissionais, gerando credibilidade e
autoridade sobre determinados assuntos. Além disso, é importante criar uma rede de
relacionamentos profissionais interessante e agregadora para o crescimento da
carreira ou dos negócios.
Esses exemplos mostram que, com estratégias bem definidas e dedicação, as mulheres
podem não só alcançar, mas também se destacar em posições de liderança,
desafiando preconceitos e mudando o cenário corporativo para melhor

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